PARQUE ESTADUAL DOS TRÊS PICOS - JEQUITIBÁ - Boca do Mato/Cachoeiras de Macacu-RJ

Quinta-feira, feriado em Cachoeiras de Macacu, a cidade completa mais um ano de vida. A princípio pensei em ir para o 7 Quedas, porém o tempo fechou e achei melhor ir ao Jequitibá, árvore de aproximadamente 1000 anos localizada dentro do Parque Estadual dos Três Picos, em Boca do Mato, Cachoeiras de Macacu-RJ.
O restante do passeio confiram abaixo.



Logo após a entrada já nos encontramos em meio a mata fechada, são árvores por todos o lados e em alguns lugares fica difícil enxergar o céu, a única vista possível é a da copa das árvores.

No caminho também encontramos várias grutas/cavernas, algumas delas escondidas pela vegetação, mas olhando com atenção conseguimos enxergar diversas delas.

A caminhada apesar de ser em um circuito leve exige alguns cuidados como por exemplo, calçados apropriados.

De dentro da mata temos uma visão das árvores completamente diferente de como as vemos quando estamos do lado de fora, elas encantam.


A trilha em bom estado de conservação contribui para um passeio prazeroso.Eu já estava cansado, afinal de contas havia caminhado desde o defumados, encarei a subida da estrada até a sede do parque para depois entrar na trilha do Jequitibá.

Ao chegar aos pés do Jequitibá tomei um susto com o tamanho deste formigueiro, ele é gigantesco e está espalhado por toda a área ao redor da árvore. Felizmente não tive nenhum problema com as formigas.

Placa contando um pouco da história do Jequitibá

Que maravilha, e olha que têm aproximadamente 1000 anos!!!!



De acordo com os Guardiões do parque, antes de existir o parque muitas pessoas retiravam o palmito nativo de dentro da mata, hoje em dia os guardas percorrem diariamente o parque em busca de pessoas retirando palmitos e também a procura de caçadores. O palmito agora pode crescer tranquilo seguindo o seu curso de vida.

Estava triste por sor ter visto árvores, queria encontrar pássaros, plantas e outros animais, mas posteriormente, o Nazareno, um dos guardiões do parque me explicou que por passar muita gente na trilha do Jequitibá é difícil ver animais por ali. Comecei a prestar atenção nos detalhes e encontrei esta frutinha azul que achei muito interessante, a caminhada estava começando a valer a pena e ainda haveria outras surpresas a minha espera


No meio do nada, só verde e verde, me deparo com esta flor, na mesma hora máquina no modo macro e mãos a obra.

Encontrei esta palmeira na descida do Jequitibá, parece um ouriço

Por se tratar de mata fechada, o lugar é muito úmido e são encontradas diversas flores como esta, parece de madeira

Depois de 20 minutos esperando que ela se acostumasse com minha presença. Ela finalmente pousou e deixou que eu me aproximasse

A umidade bem alta é um ótimo ambiente para os fungos que acabam servindo de abrigo e alimento para alguns insetos

Na volta da trilha do Jequitibá encontrei pelo caminho um dos guardas que me convidou para ir na sede beber uma água e conhecer o local. O melhor estava por vir.

Fui muito bem recebido na sede do parque, conversa vai, conversa vem e um dos guardas me disse que estava indo fazer a soltura de uma falsa coral em uma trilha que desemboca na trilha do mirante, me convidou e aceitei prontamente. São diversas trilhas espalhadas ao longo do parque.

Subida da trilha

Muito escorregadia esta trilha, uma boa bota acabou me fazendo falta.

Chegando ao local ideal começa a soltura da cobra. De volta a natureza.


Muito desconfiada ela logo se enrolou em um galho e ficou em posição de defesa


Como se quisesse impressionar e afastar o perigo, ela se enroscou e foi crescendo de tamanho.



Sentindo o perigo ela se arma para efetuar o bote

Vejam as cores desta cobra. Simplesmente magnífica, o que diferencia ela da coral verdadeira é a sua barriga de cor branca, na verdadeira os anéis são contínuos nas cores da cobra.

Após termos soltado a falsa coral era hora de voltar para a sede. Para nossa surpresa, logo na frente uma outra cobra nos observava presa a um galho de árvore

Chegando na sede, os guardas entraram e voltaram com um saco preto, era uma Jararacuçu espécie muito venenosa que infelizmente acabou chegando ao parque já morta. Ao cruzarem com uma cobra não a matem, deixem que siga o seu caminho. Ela está congelada e será enviada para o Parque de Guapimirim para que possa ser estudada. Lá são desenvolvidos estudos com cobras e escorpiões. De acordo com Nazareno algumas espécies de escorpiões e aranhas são encontrados com facilidade no parque.

Até morta dá medo


A tarde ia caindo e a sede do parque começava a ficar repleta de pássaros, uma pena não estar com uma lente teleobetiva, já que eles não permitem muita aproximação.

Sabiá

Canário

Sábia

Sábia e Canário

Vista da sede do parque, lugar tranquilo onde se escuta apenas o canto dos pássaros

Este lago fica dentro da sede

Me despedi de todos no parque e iniciei a minha caminhada de volta, já estava ficando tarde, e logo, logo, iria escurecer. Pelo caminho de volta encontrei flores maravilhosas


Ao olhar esta flor em um primeiro momento não havia visto a formiga dentro dela, olhando com calma esperei que ela chegasse no miolo para que eu pudesse registrar. Fotografia exige paciência

Outra flor encontrada no caminho de volta

Iniciada a descida de volta da sede do parque, em direção a Boca do Mato, me deparei com esta ponte ao lado esquerdo do caminho, pouca luz, situação ideal para fazer esta foto.

E ainda faltava muito chão até chegar a estrada.

Quase noite, faltando poucos metros para chegar na estrada dei de cara com estas flores e tive a sorte de contar com um céu tão maravilhoso como fundo

Cheguei na parte que liga a subida do parque à estrada!!! Ufa!!! Como se quisesse me dar uma boa noite e pedir que eu retornasse olha quem veio se despedir, maravilhosa e difícil de ver, pois já estava escuro. Porém ela se fez notar, voando e pousando na minha mochila e depois no meu braço.

Outra dela

Ela estava tão a vontade que permitiu que eu deitasse na sua frente e tirasse esta foto.

Tinha que gravar este olhar. Era o último do dia.

Dia perfeito que será repetido em breve, já combinei com os guardiões e faremos algumas trilhas naturais existentes dentro do parque. Para quem quiser conhecer é só perguntar onde fica o ponto final das kombis em Boca do Mato, chegando lá, haverá uma subida, é só ir direto que dará de frente com a placa de entrada do parque. Conheçam, divirtam-se e principalmente ajudem a preservar os nossos patrimônios naturais.

Fotos e Texto: Urano Salvaya